São formas literárias tradicionais com rimas e ritmos que agradam. A comunidade que diz parlendas , considera aspectos relevantes para a sua construção: o espaço onde vive, a ideologia dos indivíduos, a intenção lúdica, a dinamicidade das palavras, a incerteza das palavras contidas no meio.
Segundo o livro jogar uma parlendas é tentar questionar o possível real por meio das expressões linguisticas.
Estudiosos acreditam que são fundamentais para o processo ensino-aprendizagem das crianças. Nelas encontraremos traços da cultura de um determinado povo e região, possibilitam a construção de jogos pedagógicos lúdicos, que tem por objetivo a formação leitores.
Parlendas da Região Norte do Brasil:
O tempo perguntou pro tempo
Quanto tempo o tempo tem.
O tempo respondeu pro tempo
Que o tempo tem mais tempo
Que o tempo que o tempo tem.
"Um, dois, feijão com arroz.
Três, quatro, feijão no prato.
Cinco, seis, bolo inglês.
Sete, oito, comer biscoito.
Nove, dez, comer pastéis" .
"Batatinha quando nasce
se esparrama pelo chão.
Menininha quando dorme
põe a mão no coração".
"O cravo brigou com a rosa
debaixo de uma sacada
O cravo saiu ferido
e a rosa despetalada".
"Chuva e sol,
casamento de espanhol.
Sol e chuva,
casamento de viúva".
Bão, babalão, Senhor Capitão,
Espada na cinta,
Ginete na mão.
Em terra de mouro
Morreu seu irmão,
Cozido e assado
No seu caldeirão.
Bão-balalão!
Senhor capitão!
Em terras de mouro
Morreu meu irmão,
Cozido e assado
Em um caldeirão;
Eu vi uma velha
Com um prato na mão,
Eu dei-lhe uma tapa
Ela, papo... no chão!
Cadê o toicinho daqui?
O gato comeu.
Cadê o gato?
Foi pro mato.
Cadê o mato?
O fogo queimou.
Cadê o fogo?
A água apagou.
Cadê a água?
O boi bebeu.
Cadê o boi?
Foi amassar trigo.
Cadê o trigo?
A galinha espalhou.
Cadê a galinha?
Foi botar ovo.
Cadê o ovo?
O padre bebeu.
Cadê o padre?
Foi rezar a missa.
Cadê a missa?
Já se acabou!
Novo sabonete gessi
Picolé de abacaxi
A galinha fez xixi
Na careca do Didi
O Didi levou o vovô!
Para ser avô
Une dune Tê
Salaremiguê
Um sorvete colorê
Escolhido por você!
Fonte: Livro " Pelas ruas da oralidade" - Lenice Gomes e Hugo Monteiro Ferreira - editora Paulinas